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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Carnaval


É CAR-NA-VAAAAL! Certamente a maioria dos brasileiros se encontram agora radiantes, vibrantes e enfim bêbados e logo eu um ébrio, boêmio de carteirinha aqui estou sóbrio sentado frente ao meu pior e melhor amigo o computador, trabalhando e o pior, trabalhando não por obrigação pois é carnaval e como bem sabemos no carnaval o Brasil pára e meu editor me deu folga de três dias, mas sinceramente não vi graça nenhuma em alegrar-me nesse carnaval e agora caro leitor direi o por que mas, caso o senhor ou a senhora esteja muito feliz é bom parar de ler-me pois novamente a melancolia bate-me no coração amargurado, como já fostes avisado agora prossigo.
Sempre fui o mais animado nos blocos de carnaval, esperava, contava dia a dia para que a festa pagã estreasse, lembro-me que no ano de 79 quase me separei da flor-mulher devido ter sumido um dia antes do carnaval e só ter surgido bêbado e de cueca na quarta-feira de cinzas, lembro que aquele carnaval foi o melhor de toda minha vida, um grande e interminável prazer, estava no auge dos meus 34 anos, cercado por todos os encantos dos amores de carnaval e por toda farra do carinho dos amigos verdadeiros, todos brincando, dançando, bebendo, vivendo.
Hoje caro leitor, tenho 63 anos de vida, dos vários amigos que tive poucos ainda vivem obviamente devido a vida desregrada que levávamos e os poucos que ainda padecem viver nessa terra estão assim como eu  presos num passado de alegria, trancafiados num presente negativo e receosos do futuro lastimável que nos espera.
Bem acho que pode até ser um preconceito idiota, mas o carnaval não ficou para velhos, definitivamente resolvi passar as quatro noites vegetando em frente à TV comendo pipoca e assistindo as escolas de samba desfilar, não sei bem se já perceberam o motivo da minha melancolia em plena a folia que lá fora borbulha, a melancolia vem por que acabei de constatar que envelheci e o pior de tudo envelheci sozinho, envelheci pelo tempo e por mim mesmo!
Meu relógio parou, ainda é manhã, a flor-mulher e as crianças deixando claro que as crianças que falo, são meus filhos um de 20 e a outra de 23 anos, foram para praia, aqui estou eu, sozinho, não quis ir com eles, pra que, me diz? Ficar vendo e invejando uma alegria que já tive e hoje nada mais é que um fantasma guardado no baú do coração?
Não, me nego a essa deplorável cena!
                   Vou me jogar na cama, por favor, acordem-me quarta-feira de cinzas!

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