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segunda-feira, 18 de abril de 2011

“Todos os dias”

Sabe aqueles dias em que o que você mais deseja é que ele termine? Pois bem, hoje fiquei olhando cada volta que o ponteiro do relógio dava, o trabalho não rendeu nem o mínimo esperado, o telefone tocou por diversas vezes, óbvio que eu sabia que era meu chefe, mas não atendi, pois na minha cabeça doente eu acreditava que ao olhar para o relógio eu estava ajudando o ponteiro a passar mais rápido, nem o meu cafezinho amargo de todos os dias eu tive vontade de tomar, não parei de olhar o relógio nem para fumar.
A hora do almoço chegou, todos foram para o feijão verde, restaurante em que sempre almoçamos, mas eu realmente estava sem fome, sem saco para conversas vazias e preferi ficar na clausura do relógio e da ansiedade, conferia de segundo em segundo se o relógio do pulso estava de acordo com o da parede, minhas mãos estavam suadas, meu coração acelerado, tão acelerado que parecia atrapalhar minha respiração, mil pensamentos passavam pela minha cabeça, as pernas pareciam ter vida, balançavam de um lado para o outro em um frenético Chacoalhar, os dedos tamborilavam no teclado sem nada produtivo para escrever, a boca estava seca, os olhos úmidos, eu sabia que aquele dia poderia ser o primeiro da minha vida...
Todas essas emoções, sensações, sentimentos e reações estavam dilacerando meu coração, a hora não passava, a vida não seguia e tinha tanta coisa pra acontecer aquela noite,mas parecia que até o céu conspirava contra mim.
O trabalho acumulou um pouco mais, meu editor pediu minha crônica e eu nada havia escrito, o puxa saco do escritório me cobrou mais atenção, a secretária gostosa passou diversas vezes rebolando em minha frente, mas nada despertava em mim alguma reação, além das trezentas que eu já estava sentindo.
Enfim o ponteiro do relógio foi meu amigo, era então 18:30, sai correndo do jornal, esqueci minha pasta, chave de casa, carteira de cigarro e minha consciência, parei na esquina e comprei orquídeas amarelas, peguei um táxi e rapidamente ordenei:
__ Dragão do mar, por favor... E se o senhor for rápido pago o dobro da corrida!
Curioso o taxista perguntou, qual era o motivo de tanta pressa!
Prontamente respondi:
__ Há muitos anos conheci uma garota, fui completamente apaixonado por ela, mas a vida girou e ela se casou com Dinamarquês, foi morar fora do país, mas ontem a noite em um jantar beneficente desses que odeio ir eu coincidentemente reencontrei esse meu grande amor do passado, claro que ela estava de braços dados com seu marido e eu com a minha esposa, por isso só tive a oportunidade de perguntar se ela ainda lembrava-se de mim, e quase sussurrando ela disse “todos os dias”, hoje pela manhã ela me ligou e disse está pronta para a nossa história, disse que chegou o nosso momento e que eu fosse encontrá-la no planetário do dragão do mar, onde no passado fizemos amor pela primeira vez, por isso caro amigo, pisa fundo!
O motorista camarada, acelerou o carro e em pouco mais de vinte minutos eu já estava diante do planetário, a lua estava linda, uma leve brisa corria refrescando meus desejos, a luz ofuscava a visão, mas o cheiro de amêndoas aguçou meus sentidos e me fez olhar na direção da mais bela de todas as criaturas, linda parecia ter a pouco sido esculpida por Deus, os olhos brilhavam, a boca sorria, as mãos me procuravam,e as pernas não resistiram e correram ao meu encontro, as orquídeas caíram no chão, envolvi Amanda em um abraço apertado, o beijo foi inevitável, corpo com corpo, alma com alma, boca dentro da outra boca, o mundo podia acabar naquele instante e eu já poderia dizer que a vida fazia sentido!
O mundo realmente acabou, um barulho imenso tomou conta do meu momento mágico, tive medo de abrir os olhos, a boca de Amanda perdia aos poucos a força de outrora, as mãos se soltaram de meu corpo, a música parou, não tinha como evitar então abri os olhos e me deparei com o sangue de Amanda em minhas mãos, as pessoas corriam de um lado para o outro, gritos e confusão, o sangue de Amanda em minhas mãos, o corpo de Jack marido de Amanda estva jogado em um canto do calçadão, a cena agora estava se juntando, uma arma de fogo ainda quente ao lado do corpo, Jack seguiu Amanda até o encontro e não suportando a traição, atirou em Amanda, depois se matou e deu fim trágico a minha bela história de amor!
Num último suspiro de vida, Amanda juntou todas as suas forças e disse:
__ E esse foi o meu “Até que a morte nos separe”

12 comentários:

  1. Ola querida amiga...

    Realmente existe todo tipo de amor, e qualquer um
    é muito bom o ruim é quando amor torna-se loucura,
    o grande problema é que de médico e louco, todo mundo tem um pouco!!!kkkkk

    Grande beijo!
    Obrigada por seu comentário!!!

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  2. para tudo na vida existe um hora de parar!

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  3. Que fim triste!
    Um amor que tinha tudo para dar certo.
    Belíssima história.
    Bjos e boa semana

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  4. oi!
    quero te desejar uma feliz páscoa!
    bjos menina!

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  5. me desculpa...demorei voltar né?
    Tá tudo lindo por aqui
    adorei ficar brincando de mudar a cor do blog.ahahah
    Não tinha visto isso ainda.
    feliz páscoa amiga
    beijos
    Lorete

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  6. Vim para te desejar uma feliz Páscoa
    Bjos

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  7. Obg para todos que visitaram o meu blog, tenham uma Feliz Páscoa e que os bons espíritos os levem a um caminho de paz e amor!

    Quanto a vc LORETE, bom saber que gostou dessa coisa de mudança de cor no blog, pq eu não gostei muito não, mas como foi colocado por uma amiga muito dedicada eu deixei e também pq não entendo nada dessas coisas e ela é fera nisso!!!kkkkkk

    Obg por sua visita!!!!
    Feliz pascoa!

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  8. Quem nunca fez loucura por amor que atire a primeira pedra... rsss
    Muito legal seu artigo. Paz e feliz Páscoa,

    adorei!

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  9. Olá!
    a PRINCÍPIO OLHEI E GOSTEI!
    MAS CONFESSO QUE AINDA NÃO LI!
    MAS VOU VOLTAR E LER COM ATENÇÃO
    MAS COMO BATI O OLHO E GOSTEI JA ME TORNEI SUA SEGUIDORA!
    BEIJOS PRAZER MEU NOME É ALINE!

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  10. Surpreendente! um beijo e FELIZ Páscoa! chica


    ::: (\_(\
    *: (=' :') :*
    ·.. (,('')('')¤°.¸¸.·´¯`»

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  11. Pocahontas,

    Triste, mas linda história. Muito bem construída com esse final inesperado. Parabéns!

    Beijos!
    Alcides

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