Já cometi erros quase que imperdoáveis, já bebi e fiz besteiras que dariam pra encher de castigos três encarnações de minha vida, já fingi amar e depois acabei acreditando na minha própria mentira, já perdi amigos, já me decepcionei, já quis morrer e no minuto seguinte desisti dessa idéia insana, já chovi no molhado, já dei murro em ponta de faca, já bati minha cabeça na pedra e a pedra quebrou, mas hoje, me olhei no espelho e tive vergonha do que vi, tenho um milhão e meio de defeitos e umas duas qualidades, e uma dessas duas qualidades é a honestidade que sempre me foi companheira, até já perdi grandes pessoas por excesso de honestidade... Se uma amiga me pergunta “você não acha que estou mais magra?” Se eu não perceber tal mudança em seu corpo, certamente direi que ela continua gorda como sempre! Se minha esposa me pergunta “Meu bem, você já me traiu? ” Mesmo que isso me cause bastante problema, certamente respondei que sim, várias vezes, mas foi só pelo sexo!
Nunca fui muito de me importar com as conseqüências dos meus atos, acho que tudo tem um motivo pra acontecer, então se é pra está na chuva, eu tiro a roupa e tomo logo um bom banho ao ar livre, outro dia ouvi essa frase “Se tá no inferno, beija o capeta” e achei essa frase genial!
Seguindo a linha dessa frase, hoje vendi minha alma, coloquei em jogo meu caráter e quem pagou mais caro levou meu amor próprio...Faz mais de trinta anos que trabalho no mesmo jornal, já passei pela política, esporte e hoje faço crônicas do cotidiano, mas o dono de uma emissora de TV local me convidou pra trabalhar com ele, no caso eu ganharia o triplo, para ser o redator de um programa de críticas, seja crítica política, de programas, de eventos, sem pensar muito no buraco ao qual eu estava me enfiando e canalizando minha inteligência no valor do salário, pedi demissão do jornal, assinei o contrato com a emissora, pois eu iria fazer o que gosto, que é criticar o que acho errado e ainda me pagariam pra isso...Até então estava tudo em ordem, mas agora a noite tivemos uma reunião de pauta, para saber o que iria ao ar no programa de estréia, a ordem veio do dono da emissora que querendo testar minha total imparcialidade diante dos fatos ordenou que o título do programa fosse “Jornal ou embrulho de peixe?” A primeira matéria que me deram para escrever era pra ser uma crítica destrutiva contra o jornal que por anos me acolheu!
O editor chefe do jornal é um merda, mas o pai dele já falecido, foi meu grande amigo, me deu a mão quando eu mais precisei, tenho uma história no jornal e ainda tenho amigos lá dentro. O jornal realmente está se vendendo ao capitalismo, muitas matérias são compradas, e o fim dele está muito perto, mas não sei se consigo ou se realmente é necessário que seja eu que tenha que dar o tiro de misericórdia!
Não tenho como romper o contrato, não sei com que cara vou voltar a andar no meio jornalístico caso eu faça parte desse massacre a imprensa, não sei como vendi minha alma para o diabo se nem mesmo sabia que ela estava a venda!
Pocahontas,
ResponderExcluirVou deixar de lado minha veia poética para tentar me colocar no lugar do seu personagem e ajudá-lo a se sair dessa:
"Jornal ou embrulho de peixe?"
O peixe é um alimento, certo?
Portanto não interessa o que tem no jornal, ele tem a missão, o compromisso, senão o dom de levar o alimento até o leitor. Não se esquecendo que no final todos terão o mesmo fim: o lixo, o pó, o beleléu, o inferno.
Se o jornal está se vendendo ao capitalismo agora, a tv já o faz há tempos.
Sem querer colocar palavras na boca do seu jornalista, que é fantástico, mas fazendo uma sugestão, ele poderia se redimir com a própria emissora de tv com este final enigmático: se a mídia televisiva tem os seus primórdios na mídia impressa, vamos refletir: "Pior do que cuspir no prato que comeu é comer no prato que cuspiu".
Um beijo!
Alcides
Olá Pocahontas
ResponderExcluirBom dia!
Talvez para o personagem não tão bom assim!
Bem dentro do texto,acredito que ele cometeu outro erro.
O bom da história é que podemos refletir,e com o tempo escrever uma nova história.
A experiência,as decepções e até mesmo o erro,pode nos permitir uma história diferente futuramente.
Beijo e bom final de semana.
Aline
Pocahontas,
ResponderExcluirAcho que a saída é reinventar outra história pra ele com outras alternativas, digamos assim, mais leves. Gostei muito do texto. Bjkas eum lindo sábado!
Olá!!
ResponderExcluirEsse texto dispensa grandes comentários, é simplesmente perfeito!
Venho dizer que gostei demais do seu comentário- uma graça.. rs
Deixo meu beijo e desejo a vc um ótimo fds!
Nos encontramos no Alma!
Oi minha querida,
ResponderExcluire o que fazer agora?
que saia justa, hem?
Seja bem vinda novamente
me manda por email os blogs que tu segue pra mim atualizar a lateral do blog
eu tentei atualizar mas entra os eu sigo já que o blog tbm é meu,srsrs
bjos linda!
Um bom domingo
É nada fácil numa situação, mas enfim tudo fas parte da vida e do ser humano.
ResponderExcluirObrigado por me seguir e visitar meu blog,tambem estou seguindo vc.
Tenha uma linda semana.
Bjos.
Pocahontas
ResponderExcluirEstarei "fora do ar" até dia 1º de agosto, quando virei com novidades na coluna da direita, uma vez que é virada de mês. Me aguarde! Eventualmente, se for possível, postarei alguma texto interessante, mas as idas aos blogs de meus queridos amigos, só terei condições para fazê-las na segunda-feira. Beijos e até a volta!!!
http://amadeirado.blogspot.com
http://alemdasnuvens2011.blogspot.com
Gostou da assinatura?
ResponderExcluirse quiser posso tirar
bjos querida