Era uma tarde de outono, o cheiro de caju maduro pairava embriagando os passantes, o por do sol se despedia alaranjado, os pássaros voltavam para seus ninhos, o vento que batia nas folhas parecia fazer cantar uma melodia triste, o som do sorveteiro, os risos das crianças, o cheiro que vinha do carrinho de pipoca, mas essa beleza toda se ofuscava diante de seu leve e elegante andar, o brilho do sol, nada mais era que um reflexo do seu sorriso, parei de ouvir a melodia do vento para escutar meu coração que após ver tamanha beleza, batia descompassado, o seu perfume... Ah, o seu perfume!
Entre todas as pessoas que estavam naquela praça, você era diferente, era mágica.
Seus olhos, castanho claro com um leve toque da cor de mel, sua pele parecia de algodão doce, sua boca, me inspirava ao pecado, suas curvas eram um convite, óbvio que eu sabia que você nunca me olharia, mas já os meus, não paravam de mirar na mais bela de todas as mulheres.
Quando você sentou no banquinho, tive uma vontade enorme de ir ao menos me apresentar, mas só a cabeça e coração tiveram atitude, mas a minhas pernas paralisaram, minhas mãos suavam, meu peito queimava em chamas, era amor, eu sabia que era amor.
Você percebeu meu olhar, esboçou um leve sorriso, meu coração disparou, olhei pra suas mãos e as vi inquietas, essa foi a oportunidade que eu estava esperando, caminhei até o canteiro, colhi algumas rosas, me aproximei de você e completamente nervoso disse:
__ Eu te amarei por toda minha vida se você aceitar essas flores.
Lembro que você ficou pálida, sem voz, acho que até pensou que eu fosse algum maluco, mas quando eu vi suas mãos indo em direção as flores, o meu mundo se abriu em um leque de cores e sabores, tudo se misturava em minha mente, eu estava em festa.
O seu vestido amarelo, com detalhes azuis, seus brincos brilhantes, uma pequena mecha de cabelo que caia sobre os olhos, sua boca vermelha, tudo em você era um verdadeiro encanto e quando você ficou de pé, em frente a mim eu tive que puxar forças nem sei de onde para não te roubar um beijo. Toquei em sua mão e você corou, naquele momento, no mundo só havia eu e você. Eu habitava o paraíso, sem a menor vontade de ir embora.
Nesse momento a lua já aparecia aos poucos no céu, o sino da igreja havia tocado umas duas vezes anunciando o início da missa, eu sabia que tinha pouco tempo, mas não conseguia fazer nada, apenas ficava te olhando para guardar cada segundo na memória, o terceiro sinal tocou, a missa já ia começar, você então num ímpeto de coragem segurou meu rosto e delicadamente me conduziu ao céu quando encostou seu lábios nos meus, e o tão esperado beijo aconteceu, um gosto de mel se espalhou pelo meu corpo, mentalmente eu rezava para aquele minuto durar para sempre, você completamente corada, me puxou pela mão e suavemente disse:
__ Se você entrar na igreja de mãos dadas comigo, certamente será meu futuro marido.
E eu? E eu entrei, e entraria mil vezes se preciso fosse para repetir a nossa história.
Dois anos após esse primeiro encontro nos casamos, tivemos dois filhos, construímos uma história de amor e carinho, anos e anos de companheirismo, compreensão e dedicação de ambas as partes e agora por causa de uma estupidez de minha parte, por causa, de um desejo infantil, por causa de uma traição sem importância você quer jogar todo esse amor fora???
Não, por favor, não me deixe... Você é o meu oxigênio!
“ ... Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim ... ”
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim ... ”
Lindíssima inspiração.Linda semana, tudo de bom,abraços,chica
ResponderExcluirlINDÍSSIMO!
ResponderExcluirBJUS
Pocahontas,
ResponderExcluirPeço licença a você para falar diretamente com o seu personagem:
- Quanta coisa linda jogada fora por uma coisa tão boba. Mas não desista. Pelo que você disse do primeiro encontro e pelo que vocês já viveram, tenho certeza que você a convencerá, mas se voltar ao jardim já com a certeza da derrota, assim vai ficar difícil.
Um beijo Pocahontas!
Alcides