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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Abandonando o luto!


Conduzido por uma vontade estranha de olhar para estrelas, simplesmente deduzo o porquê de não notar, obviamente o que não gostaria de ver.
Cada noite posso notar uma estrela diferente no céu, são tantas, mas nem por isso eu irei me esquecer das que já vi. Assim mesmo são meus sonhos: cada dia tenho um novo, encontro um novo, mas nem por isso me esquecerei dos que já sonhei e já conquistei.                      

Agora, estou tão longe do meu mundo predileto, das minhas histórias presenciadas, dos meus heróis, minhas heroínas, morfinas, endorfinas, estou cada vez mais perto da dor que me consome, me estupra, me dilacera a alma, estou tão longe de dizer que esqueci ou que não amo mais aquela estrelinha. E mesmo ela estando brilhando em outro céu, implacavelmente ela continua com sua beleza inconfundível viva e latente ferindo o coração desse poeta fúnebre.
Meu pêsames, mas apliquei em mim um sonoro Ne Me Quitte Pas,
subornei minhas fraquezas em troca de meu próprio suor, derramei minhas últimas lagrimas de amor e mesmo assim a alma chora, suspirei fundo antes de dizer para mim mesmo que acabou.                                   .
Nem um mar de ilusões irão me converter novamente para aquele clímax do coração intocado, do ébrio simpático, do homem incansável, mas agora prometo que vou largar o luto, abandonar o preto e me jogar ao profano.
Ah! Prefiro ser amando pelo menos um pouco o bastante para revisar sobre esse assunto e conceituá-lo como se fosse uma nova linguagem e se eu estivesse que catalogá-lo palavra por palavra, esse sentimento me traria de volta a vida.                                            .
Não sei quem sou, cada momento mudei e continuamente me estranho nunca me vi de verdade e por isso nunca fiquei pronto, menti ao inventar um amor eterno já que de eterno eu nada sou, agora vou me encontrar com minha verdade, mesma que dela eu só colha os dissabores.                        .
Quero ser somente aquele simples cara que passa na rua e ninguém nota, quero ser o invisível, o poeta e o louco, o bêbado e o palhaço, quero ter o prazer feito e cortado. Só quero sentir novamente como eu mesmo.

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sábado, 3 de setembro de 2011

A morte de um anjo!



Passei um tempo longe da escrita, passei um tempo longe de mim mesmo, eu precisava me encontrar, mas por mais que eu me procurasse mais eu me perdia, raramente eu escrevo um conto feliz, acho que desde a infância eu tinha vontade de ser o lobo só para poder comer a Chapeuzinho vermelho, nunca me prendi ao "felizes para Sempre", até que cresci e conheci minha Flor mulher e naquele mesmo instante eu passei a acreditar em contos de fadas, mas caro amigo leitor, se sua vida está indo bem, se está rindo, se está realizado, por favor, não continue essa leitura, pois nada, absolutamente nada do que está escrito aqui irá te ajudar a manter esse bom humor. Já avisado, prossigo...

Sempre fui fã de Nelson Rodrigues e hoje me vejo personagem de uma de suas crônicas...
No trabalho tudo estava parado, as vozes inexistentes, o chefe desligado, a produção não acontecia, um mosquito que voava pelo lado de fora da janela de vidro parecia voar em slow, algo me sufocava, levantei e fui fumar um cigarro o isqueiro falhou três vezes, mas consegui acender meu calmante, o coração estava acelerado, tinha algo me incomodando, mas eu não sabia o que era, tomei café umas dez vezes, fui ao banheiro outras dez, fumei outro cigarro, mas mesmo assim o ponteiro do relógio insistia em não fazer seu trabalho, continuava girando calmo e penoso, mas enfim à hora do almoço chegou, pensei em ir almoçar em casa, a Flor mulher certamente iria adorar, mas uma matéria de última hora precisava ser editada e eu não pude ir ver meu anjo, a tarde passou se arrastando, a lua já despontava no céu era hora de ir embora, pela primeira vez em anos eu não parei num bar antes de voltar para meu lar, decidi ir logo para casa, pois algo ainda me apertava o peito e prendia a minha voz... Peguei a chave, abri a porta, caminhei até a cozinha e...

Caro leitor, imagine agora a maior dor que você já teve na vida? Imaginou? Agora triplique por cinqüenta. Foi essa ai que eu senti. Eu não podia acreditar no que estava vendo, preferiria que me arrancassem os olhos, preferiria que me arrancassem o pênis, preferiria morrer, mas acho que foi isso que acabou acontecendo, eu morri, sou hoje um remendo do que outrora fui, sou um farrapo, de imediato perdi a vontade de respirar, respirar pra que? Se me levaram a Flor mulher?
Ao chegar àquela noite em casa, encontrei meu anjo caído ao chão, corri e fiquei de joelhos ao lado de seu corpo implorando a Deus que tudo aquilo fosse uma mentira, igual a uma criança eu chorava e fazia mil promessas para que quando eu tivesse coragem de abrir meus olhos minha Flor voltasse à vida, fechei e abri meus olhos umas dez vezes e a única coisa que ganhava vida era minha tristeza, eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, ela não podia me deixar sozinho, ela sabia que eu não conseguiria viver sem ela. Blasfemei contra Deus e o Diabo, gritei, berrei, até que os médicos chegaram e levaram o corpo do meu anjo, naquele minuto percebi que havia morrido junto, a hora da despedida final chegou, eu era agora somente um menino que precisava de colo, eu precisava dela, dei adeus e com lágrimas nos olhos sai sem olhar pra trás.
Passaram-se mais de três semanas, a casa está escura, não sinto mais o cheiro dela na cama, ainda choro sozinho, agora mesmo a lente dos meus óculos estão embaçadas, se pelo menos eu tivesse a certeza que um dia nos encontraríamos, mas não tenho, a única coisa que sei é que me roubaram o bem mais precioso que eu tinha, me roubaram a vida, a fé, a esperança, me roubaram o amor. Por que meu Deus? Por quê? Por que você levou de  mim a  única coisa que realmente eu me importava?
A resposta não veio, noite após noite, semana após semana e a resposta nunca vem. Mas mais uma noite vou esperar que meu anjo venha ao meu encontro e com uma voz suave diga baixinho:
__ Eu te amo!

OBS: Querido leitor se agora você tem a chance de dizer a sua namorada (o), marido, esposa, filhos que os ama, DIGA, por que às vezes tudo o que precisamos é ouvir essa frase.

Para minha esposa: Só por hoje, só por uma hora, só por um minuto eu queria te ver novamente pra dizer que te amarei pela eternidade! TE AMO!!!
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